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"A Era da Informação oferece muito à humanidade, e eu gostaria de pensar que nós nos elevaremos aos desafios que ela apresenta. Mas é vital lembrar que a informação -- no sentido de dados brutos -- não é conhecimento, que conhecimento não é sabedoria, e que sabedoria não é presciência. Mas a informação é o primeiro passo essencial para tudo isso."
Arthur C. Clarke

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O sal uma bomba silenciosa

Depois da lei antifumo, vem aí a lei antissódio. Será que vai pegar?

Está começando mais uma briga boa. Há duas semanas, o deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP) apresentou um projeto de lei que pretende regulamentar a quantidade de sal presente nos alimentos. A ideia não é proibir coisa alguma. É permitir que a população saiba o que está comendo e as consequências disso.

Segundo o projeto, os alimentos que tiverem teor de sódio igual ou superior a 400 miligramas por 100 gramas ou 100 mililitros do produto devem apresentar no rótulo, na embalagem e na publicidade o seguinte alerta: “Este alimento possui quantidade elevada de sódio”.

Vários fatos justificam iniciativas como essa. A principal fonte de sódio é o sal de cozinha. Um grama de sal contém 400 miligramas de sódio. O consumo excessivo de sal é um dos grandes responsáveis pela hipertensão. Ela está por trás das duas doenças que mais matam no Brasil (acidente vascular cerebral e infarto). Responde também por 40% das insuficiências cardíacas e 37% das insuficiências renais.

Cada um de nós conhece vários hipertensos. A proporção de brasileiros que recebeu diagnóstico da doença cresceu de 21,5 (2006) para 24,4% (2009). E o mais grave: há uma massa de brasileiros hipertensos que sequer desconfia do problema.

O sal tem tudo a ver com isso. Os brasileiros abusam dele. Convide os colegas do trabalho para almoçar e observe quantos despejam o saleiro sobre o prato. Fazem isso automaticamente, enquanto conversam e contam as últimas fofocas do escritório.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o consumo de sódio não ultrapasse o limite diário de 2 gramas. A média brasileira vai muito além. Um estudo publicado no ano passado na Revista de Saúde Pública apresenta uma estimativa da situação no Brasil.

Segundo o trabalho realizado pela equipe do epidemiologista Carlos Augusto Monteiro, a quantidade de sódio disponível para consumo diário nos domicílios brasileiros é de 4,5 gramas por pessoa. Ou seja: mais de duas vezes o limite de ingestão recomendado pela OMS.

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